O Bradesco, segundo maior banco privado brasileiro. Em agosto de 2015, o Bradesco anunciou sua maior aquisição, a do concorrente HSBC, por quase 18 bilhões de reais. Com a compra, passou a ter 1,2 trilhão de reais em ativos e 31.5 milhões de clientes. A transação foi aprovada pelo Banco Central. Quando for aprovada pelo Cade e pela Susep (que regula o mercado de seguros), o Bradesco — que comprou 48 instituições desde que foi fundado, em 1943 — poderá iniciar a integração mais complexa e arriscada de sua história. O processo será liderado por Luiz Carlos Trabuco, que assumiu a presidência do Bradesco em 2009.

Meses depois de o banco ter perdido para o Itaú o posto de maior banco privado do país, que manteve por 57 anos (o ranking geral é liderado pelo estatal Banco do Brasil). O que mais interessa ao Bradesco é o contingente de 1 milhão de clientes de alta renda do HSBC. O Bradesco está longe de ser um especialista nessa área: é seis vezes maior do que o HSBC. mas tem apenas 800000 correntistas endinheirados. "Temos de nos diferenciar e mostrar aos clientes do HSBC que vale a pena continuar conosco”, diz Trabuco. Para que isso aconteça, é importante que os principais funcionários do HSBC, especialmente os responsáveis por produtos e atendimento, continuem na instituição — e se adaptem ao jeitão do Bradesco.

CARLOS TRABUCO, PRESIDENTE DO BRADESCO: se a integração com o HSBC der certo, o banco poderá ameaçar a liderança do Itaú casa pesa nas promoções e a rotina de trabalho é rígida (a maioria dos funcionários tem de chegar às 7 da manhã ao banco). É provável, no entanto, que haja demissões em áreas de suporte, como a de tecnologia. O plano é migrar os correntistas do HSBC para a plataforma do Bradesco neste ano — e acabar com a marca do banco britânico no Brasil.

O risco é a integração demorar mais do que o esperado — como aconteceu com o Santander depois de comprar o banco Real. em 2007 — o que prejudicaria os resultados do Bradesco num ano já complicado de inadimplência em alta. Trabuco conduzirá o processo ao mesmo tempo em que planeja sua sucessão: pelo estatuto do banco, ele deverá deixar a presidência em 2017, aos 65 anos. Espera-se que ele se torne presidente do conselho de administração, substituindo Lázaro Brandão, que está no cargo desde 1990. Se a integração der certo, o Bradesco tem uma chance de ultrapassar o Itaú e voltar a ser o líder do mercado bancário privado. A diferença de tamanho entre as duas instituições é pequena — o total de ativos de Bradesco e HSBC é 8% inferior ao do Itaú —, mas a rivalidade só aumenta.



Autor / Fonte: Exame/SP

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